Tempus fugit

Uma força arrebatadora domina o corpo e a mente. Uma força que resiste contra qualquer esperança e contra qualquer possibilidade de final feliz. Onda de descrença, rajada de desespero.

Uma sensação de que a vida acaba amanhã, de que o tempo é o grande vilão: não poupa esforços para o teu fracasso. Sensação tão irreal, tão abstrata, que se veste de verdade.

O tempo, sua força e sensação é mera invenção, criado pela mente e mão humana, mero método organizacional racional; porém, a criação mesmo antes de sua existência sempre possuía todos os artifícios para dominar seus criadores. Por mais que a sabedoria tende a dominá-lo, por mais que imaginemos usá-lo em nosso favor, é indomável, é selvagem e autônomo, ninguém e nada pode contê-lo.

É ele que nos dá a sensação da vida, somos o tempo entre nossa existência e a morte, nesse espaço entre os dois eventos: existimos, e sobre nós a sua ação é livre. Como lutar contra a liberdade do que lhe permite existir?

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